Cry Wolf! Time to worry!

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Mensagem por Johanna Naberrie Sáb 07 Out 2017, 19:18


A ação conjunta de todos os soldados que cercavam o estabelecimento não permitia escapatórias. A julgar pelo estado daquele bordel, os homens do rei que derrubavam portas e janelas para invadir era o que havia de mais movimentado pelo menos nos últimos anos. O lugar não estava na melhor de suas condições nem nos seus dias de gloria. Para Johanna, um lugar perfeito para abrigar um fugitivo. Todos os passos que levavam a Geralt, o assassino de sua irmã mais velha levavam até ali. -Revistem!- Foi a ordem dada de dentro de sua armadura, o que distorcia a sua voz feminina. Até então, ninguém parecia notar a presença de uma mulher entre as demais que não estava nua ou a serviço dos que as desejavam nuas. Ela, por sua vez, exigia a fidelidade dos soldados que a acolheram na busca pelo assassino e que agora se espalhavam pelos quartos a procura do witcher. Por dentro da máscara da armadura, os olhos inquietos de Johanna estudavam cada expressão assustada dos que estavam no local. Imóveis, alguns rebeldes apenas esbravejavam enquanto ela permaneceu em silencio até ver dois dos soldados trazerem um homem estranho pelos braços, mas que atendia as descrições, portanto acreditava ser quem procurava. - Geralt of Rivia, o witcher! Está preso em nome do rei Louie de Vitis pelo assassinato de sua primogênita, a princesa Sophie!- Tentava manter a voz firme, segura pela armadura que a escondia. -Será decapitado na presença do rei. Levem!- Deu a ordem para que o levassem preso a carroça e assim iniciar a viagem de volta ao castelo.
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Dom 08 Out 2017, 12:32

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Naquela madrugada, cansado de tanto tentar apagar seus rastro para despistar os guardas locais, Geralt só pensava em passar uma noite descansando em um bordel, para relaxar um pouco antes de seguir viagem. Faria uma pausa de apenas duas horas e mais uma vez seguiria com Roach, sua fiel montaria até a próxima cidade e só então prosseguiria com a investigação do assassinato da princesa Sophie, do qual ele fora injustamente acusado. Porém, Geralt não contava que uma das prostitutas o reconhecesse e por alguns crowns o entregasse.
Escolheu uma jovem morena de olhos amendoados, provavelmente natural de Zerrikania, região que cria os melhores cavalos, um povo cavaleiro por natureza. O corpo cansado ansiava pelo toque suave das mãos de uma bela donzela, seus traços étnicos conferiam um encanto a mais para a meretriz, que ele nem sabia o nome. Ela fazia jus à fama de sangue quente de seu povo, avançando pra cima do witcher antes mesmo que ele terminasse de fechar a porta, envolvendo-o com os dois braços e as pernas. Ele a apoiava com a destra presa à cintura para que não caísse e retribuindo o beijo recebido caminhou até a cama e se acomodou sobre ela, deitando o corpo, por baixo do dela para vê-la literalmente cavalgar. Ela retirava apenas a camisa e abria a calça, sentando-se nua sobre ele e iniciando a penetração. As mãos pressionavam as coxas ao sentir a musculatura interna pressioná-lo e a pelve se movia para aumentar a profundidade. Os olhos fendidos como os de uma serpente, fitavam a pele morena inflamados pelo tesão, enquanto ela ditava o ritmo da cavalgada... Ela realmente fazia jus à fama de seu povo, era uma verdadeira amazona, movendo o corpo com agilidade e precisão para uma sensação de mais intenso prazer... até seus gemidos eram bem característicos... agora tinha certeza, ela era de Zerrikania... o witcher fechou os olhos e se deixou levar pelo ritmo daquela cavalgada, sentindo na pele daquela morena o aroma das especiarias de sua terra. Entregando-se completamente ao prazer, sem se preocupar em ter que segurar o gozo, não demorou até atingir o nível máximo de prazer. Sua voz só não foi ouvida porque a porta foi chutada naquele exato momento. A musculatura de todo o corpo relaxava e os nervos estavam anestesiados, o que limitava suas reações e o raciocínio. Viu a mulher ser arrancada de cima dele com violência pelo soldado e ele, por sua vez, levantado da mesma forma. Mal teve tempo de subir a calça e já era arrastado pra fora na frente de vários outros soldados.
── Olha, eu já tinha ouvido falarem melhor da hospitalidade desse reino, mas depois dessa...caiu no meu conceito. Ahah. ── debochava, enquanto olhava em volta qualquer possibilidade de fuga, mas as chances eram nulas, seria mais vantagem seguir com eles e pensar em algo com mais calma...tempo teria de sobra na prisão, como aconteceu da última vez. Viu os pertences serem levados e mais uma vez brincou ── Pode lavar direito que o cheiro de sangue tá foda! Vamos ver se vocês são melhores que os temerianos.

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Mensagem por Johanna Naberrie Dom 08 Out 2017, 15:05


"Hospitalidade"... -Hunf!- Ela suspirou com desdém dentro da mascara enquanto pensava em toda a hospitalidade que ele teria em sua cela para reclamar. Deu de costas, puxando a fila para a saída do bordel, seguida dos outros soldados, inclusive os que arrastavam o prisioneiro. Havia uma cela esperando por ele na cidade, uma na carroça onde ele seria transportado, mas Johanna apressou-se em seguir até a cela que guardava os cães de caça, trazidos caso precisassem de uma caçada menos amistosa. Johanna liberou os animais e os conduzia até a cela limpa enquanto fazia um sinal com a cabeça para colocarem Geralt no canil móvel, pequeno demais para abrigar tamanho mal cheiro da urina forte dos cães e as fezes, bem como o próprio homem. Não estava feliz, mas havia um sorriso satisfeito em seu rosto naquele instante. "Aprecie essa hospitalidade". Pensou enquanto requeria os pertences dele para averiguar mais tarde. Guardou-os em sua montaria e um dos soldados a abordou. -Lady Lucy!- Ela olhou afoita demais, atenta demais para não se esquecer que naquela ocasião se passava por sua gêmea caçula enquanto a verdadeira tomava seu lugar nos afazeres do casamento que não podia esperar. -O corpo de sua irmã jã foi encontrado e levado para que pudesse ser velado a tempo. Temos que nos apressar, caso queira participar.- Ele completou a informação, ela não sabia se queria participar da cerimônia onde veria sua irmã ja morta, uma ultima vez. -Não se preocupe! Haverá outro corpo que me dará mais prazer apreciar sem vida.- Lançou o olhar para Geralt ja preso na cela dos cães antes de dar o comando para debandarem.
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Dom 08 Out 2017, 15:35

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Infelizmente para Geralt, não havia muito o que fazer a não ser se render. O corpo estava amortecido depois de liberar a energia sexual e não reagiria bem mesmo que tentasse fugir, não valia a pena correr o risco. Sem contar que já estava cansado de ter os guardas em seu encalço, talvez fosse mesmo melhor ser capturado e poder se explicar em uma cela como da outra vez, isso se lhe dessem a chance de falar. ── É...vocês não sabem mesmo como tratar um forasteiro... ── reclamava ao sentir o cheiro da cela onde o jogaram. Seus sentidos eram muito aguçados, então podia sentir a amônia corroendo as narinas. Porém também sentia em meio a tudo aquilo um cheiro de sangue com cogumelos...o que estranhava. ── Um dos cães está ferido? ── questionou, mas fora ignorado, reservando-se a seus próprios pensamentos, apenas observando. Se sentava tentando caber naquele espaço mínimo e teve a atenção direcionada mais uma vez quando ouviu alguém chamar uma mulher no meio daqueles soldados. ── Hum...Lady Lucy? ── olhava para a garota cujos atributos se escondiam atrás daquela armadura pesada. Não era comum ver mulheres guerreiras naquela região, se fosse em Skellige acharia normal, mas ali ele não imaginava ver nada do tipo. Quando ela lhe lançou o olhar de uma forma nada amistosa, Geralt sorriu e piscou pra ela, ainda em deboche e voltou a buscar outros cheiros que desviassem seu olfato dos mais próximos.

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Mensagem por Johanna Naberrie Dom 08 Out 2017, 17:19


Assim que houve debandada, Johanna não demorou muito a perder a dianteira e ficar para trás, onde podia ver o assassino. Deixava que os outros soldados seguissem a fila enquanto ela cavalgava quase atrás da cela mal cheirosa que abrigava o condenado. O cheiro também a incomodava, mesmo da distancia onde estava. Mas era o mau odor que a confortava por saber que para ele inserido naquele meio estaria em condições piores. Ela o observava fixamente, tentando buscar motivos e porquês para que ele fizesse o que fez com sua irmã. Em sua mente, nada justificava tal atrocidade. Ignorou a sua piscada, as palavras ditas carregadas de deboche, permanecia em silencio enquanto outros soldados questionavam se haveria julgamento, como seria a execução. Pareciam se divertir com aquilo. Ela, no entanto, quanto mais se aproximava do reino, ainda que estivesse tão distante se sentia ainda mais angustiada por inúmeros fatores que a mascara ajudava a conter naquele momento. Sentia certa fúria, queria mata-lo ali mesmo. Horas depois de uma marcha intensa houve uma pequena pausa. Hora da comida! A farsante Lucy desceu da montaria, finalmente ergueu a mascara e revelou os lábios corados e carnudos, bem caracterizados por uma pinta lateral abaixo do inferior. O nariz delicado era um contraste a cor dos olhos castanhos e intensos, porem gélidos feito uma lamina. Algumas mechas vermelhas saltavam dos limites do elmo. Revelou seu rosto para o prisioneiro enquanto lhe falava -Pode se alimentar do resultado dos ferimentos dos cães!-
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Dom 08 Out 2017, 17:20

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Geralt se pegava pensando no quanto aquela viagem ainda iria demorar e tentava se desprender desligar daquele local, buscando refúgio em suas lembranças, da última vez que esteve com a1 filha Ciri. O sorriso dela, sempre fazia brotar um nos lábios dele mesmo, apesar de sempre um pouco menos expressivos que os dela. Se perguntava onde ela estaria, se estava conseguindo se virar bem no contrato que pegou em sua visita a velhos amigos em Skellige. Acreditava que ela estaria bem melhor que ele, com uma boa quantidade de álcool e comida servida pelos anCraite...aquele reino sim sabia como receber bem um convidado. Voltava o olhar pra baixo, sentindo aquela mistura asquerosa grudar no corpo, pensando no tempo que levaria pra tirar aquele cheiro. Ouviu o comentário de que iriam parar para se alimentar e com o witcher's sense, pôde perceber que não seria uma boa ideia. Então respondia ao comentário da jovem Lucy com o olhar fixo ao dela, falando com seriedade dessa vez. - É mais fácil me alimentar do que sobrar de vocês se não me tirarem daqui. - inicialmente suas palavras soariam como uma ameaça, então ele logo completou a sentença ── Vocês estão parando há apenas 30 passos de um ninho de ghous e podem ter certeza que eles aparecerão para o jantar. O ninho é novo então conto certa de 10-12 ghouls apenas...o suficiente pra dizimar esse pelotão.

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Mensagem por Johanna Naberrie Dom 08 Out 2017, 17:33


A mulher não se deu ao trabalho de parar os passos ou retribuir o olhar para ouvir o que ele dizia. -Claro! Vai matar a todos nós também, como matou Sophie.- Já estava distante quando terminou de falar, não queria comer, mas se juntava aos demais. Sequer ouviu qualquer bobagem sobre ghous. Mas um outro soldado o deu atenção. -Ninho de quê?- Ele estava curioso e um tanto assustado pelas falas impactantes. -O que poderia dizimar esse pelotão?- Se aproximava da cela de Geralt, o novato inexperiente tentava estabelecer uma conversa em meio a sussurros. Atento a explicação se deixava levar. -E poderia nos ajudar?- Agora já tentado a livrar o witcher que disse que deveriam soltá-lo para se salvarem.
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Dom 08 Out 2017, 17:59

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Como já era de se esperar, a garota não lhe deu ouvidos e logo se afastou. Ela parecia estar no comando daquele pelotão, o que ele ainda estranhava, embora reconhecesse que Cerys, a Rainha de Skellige, superava o comando de muitos reis e era tão respeitada quanto. Tinha alguma dificuldade em admitir que mulheres desempenhassem tão bem essas tarefas, como quando conheceu uma ferreira em (esqueci o nome do lugar e da mulher...que saco...deu branco), Jutta que se mostrou uma grande guerreira, mesmo tendo sido derrotada por Geralt, nunca tinha perdido para homem algum, e outras poucas mulheres que se destacaram em atividades predominantemente masculinas. Era de se admirar... Ainda mais uma garota daquela idade que certamente deveria estar se preparando para se casar, não para empunhar uma espada.
Por sorte um soldado ouviu umas palavras e se aproximou, essa era a chance perfeita para usar o Sign Axii e convencer o rapaz de ajudar em sua tentativa de fuga. Assim que ele se aproximou da grade perguntando, Geralt respondeu fazendo os três movimentos dos dedos com a destra, sugeriu:
── Você só vai saber se me deixar essa sua chave aqui comigo. ── o sinal funciona de forma hipnótica, afetando diretamente as decisões das pessoas que optam por fazer o que lhes é sugerido. ── Se esses monstros vierem, precisaremos de um witcher pra matá-los. ── disse o rapaz entregando a chave para Geralt, que se posicionava de forma estratégica para que ninguém percebesse o que acontecia.  

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Mensagem por Johanna Naberrie Dom 08 Out 2017, 20:00


Não precisaria de muito para que o prisioneiro convencesse o novato de que deveria sair. Nem mesmo truque algum se já usasse a persuasão. No entanto, se queria ganhar tempo não demorou nada para que o rapazinho fosse em busca das chaves depois de ouvir a proposta de Geralt e cair no efeito hipnótico de seus dedos. Ele entregou as chaves e não conseguiu se afastar. Estava amedrontado demais, talvez ainda sob efeito do truque para sair de perto de quem provavelmente poderia protegê-lo. Porem isso de nada adiantou quando os arbustos ao redor do acampamento improvisado estava sendo montado. O movimento das arvores se aproximava até que dela saiu uma criatura que se locomovia devagar, parecia propicio para enxergar sua boca podre, bem como o resto do seu corpo. O primeiro monstro surgiu e espantou o garoto que saiu correndo e aos berros. O som chamou a atenção dos demais, e mais tarde o seu abafamento. A criatura pegara o jovem soldado, apesar da lentidão pareceu rápido demais para leva-lo até a boca e arrancar-lhe a cabeça e um pedaço do tronco com uma grande mordida. Imediatamente os soldados se ergueram, foram em busca de suas armas e avançaram em direção ao monstro. Com espadas empunhadas, pararam a alguns metros que pareciam formar um perímetro seguro, porem nenhum mais avançou, provavelmente se questionando como abater aquela criatura. Johanna havia ficado para trás. "Fique aqui. Se esconda." Foi a ordem do seu braço direito para proteger a filha do rei. Ela não correu ou se escondeu, também tirou a espada da bainha, mas a cena grotesca do rapaz pouco mais velho do que ela perdendo os membros a colocou imóvel. Também estava assustada e dessa vez não fazia questão de esconder ja que ninguém a notava. Porém estava decidida a tomar alguma atitude, formar uma estratégia. E quando foi correr até sua montaria para exercer algum tipo de liderança foi cercada por uma outra criatura um pouco maior que a que tinha a atenção dos soldados. No lado oposto do acampamento, eles estavam cercados enquanto chegava uma terceira fechando as extremidades, porém diferente dos demais guerreiros Johanna estava sozinha com um muito próximo. Não conseguia gritar feito uma garota medrosa. Talvez deveria o fazer, seria o que Lucy faria. Ela então ergueu a espada, pronta para lutar como Sophie havia ensinado. Dava passos cautelosos para "dançar" com a criatura até encontrar uma abertura para atacar. Foi quando ouviu mais gritos dos homens que se elevavam no ar, induzindo o pensamento de que não poderia demorar ou mais deles iriam morrer. Por impulso desviou o olhar para trás, foi quando o monstro avançou em sua direção e ela precisou se jogar para o lado para escapar do seu corpo truculento e pronto para devorá-la. Sem o elmo, os cabelos se soltavam e mesmo com a armadura, ajudavam a dar um tipo característico de graciosidade em seus movimentos furtivos. Ao rolar no chão para escapar, tentava conciliar a fuga com a espada, no entanto viu o cerco em que seu exercito estava submetido com a chegada de mais um monstro e mais vidas sendo devoradas.
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Dom 08 Out 2017, 23:35

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
A praticidade dos signs era algo que Geralt raramente negava, porque eles poupavam qualquer tipo de discussão e um tempo que ele poderia usar para planejar a melhor forma de sair de lá. Se fossem apenas mercadores ou aldeões, ele certamente teria saído antes, porém não era esse o caso dessa vez. Eram soldados muito bem armados, então não teriam problemas para aguentar um pouco até que ele saísse e representaria um risco muito maior ao witcher se percebessem a fuga. Ao contrário do que muitos acreditam, os witchers não são imortais, são apenas mais resistentes que maioria por causa das mutações que fornecem a eles habilidades semelhantes aos próprios monstros.
Geralt podia sentir de longe o cheiro pútrido daquelas criaturas, ouvir os sons de sua respiração e dos passos deles para precisar a distância a que se encontravam. Percebendo que estavam para chegar, posicionou-se de frente para o rapaz, para fingir estabelecer um diálogo enquanto abria a fechadura. No momento que o primeiro ghoul chegou, o rapaz saiu correndo e gritando, então o witcher abriu a porta da jaula e saltou pra fora utilizando o sign Quen que criava uma camada tripla de escudo mágica sobre o corpo do witcher, de duração de +30 segundos.
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Infelizmente, para o rapaz já era tarde demais, o ghoul o matou e desarmado, Geralt só poderia contar com seus signs. Até mesmo seu equipamento estava todo com os guardas, então sem armadura, armas ou poções, o witcher avançou sobre uma das criaturas que se aproximava dos guardas, saltando sobre suas costas e utilizando o sign Ignis em sua cabeça que queimando toda a face da criatura com o fogo mágico conjurado.
── EM FORMAÇÃO! ── disse em alto e bom tom para que os soldados desempenhassem sua função com mais eficiência, já imaginando que o medo prejudicasse a ação. ── Vocês são mais inteligentes que eles! Fiquem de costas um para o outro, formando um círculo, vocês tem escudos e espadas! usem! Cortem as cabeças!
Confiava na qualidade das armaduras militares para conferir a proteção necessária, pelo menos para proteger de alguns ataques. O relinchar de um cavalo logo atraiu a atenção do witcher, que avistou a garota afastada próxima ao animal, lutando sozinha com um deles.
── Droga! ── resmungou correndo em direção ao local onde ela estava, no caminho pegando uma faca de caça que fora deixada próxima à fogueira onde antes os soldados repousavam, já que os próprios equipamentos estariam trancados em algum dos baús. Saltou deslizando sobre a terra úmida com os joelhos flexionados para escorregar melhor parando ao lado da garota de cabelos vermelhos, já conjurando o sign Aard, caracterizado por uma densa corrente de ar que empurrava os inimigos e os atordoava. Aproveitando o vácuo da pressão do vento sobre o ghoul, avançou saltando contra ele, desferindo um golpe certeiro no pescoço em um corte horizontal preciso, pelo qual o sangue da criatura vertia. ── Corte a cabeça! ── exclamou já correndo para avançar contra outro ghoul que se aproximava, alcançando-o segundos antes de atingir um soldado sobre o qual saltava. Geralt saltou em um ângulo perpendicular ao dele, interrompendo o avanço ao chocar seu corpo envolvendo a criatura com os dois braços em volta do pescoço para outro corte preciso.
Mesmo assim o som dos gritos ecoava naquela planície, com um ou outro soldado abatido na batalha, então invés de matar os ghouls um por um, decidiu tentar enfraquecê-los para os próprios soldados os finalizasse. Com a destra empunhava a espada, mas deixava a esquerda livre para usar o sign Quen mais uma vez, porém parando e se concentrando para que o escudo mágico envolvesse uma área maior e o liberava, aumentando ainda mais o círculo emitindo o mesmo sinal três vezes para ganhar tempo, pois quando as criaturas se chocavam contra a camada maior, porém bem mais fina do escudo ele se desfazia em uma pequena explosão que derrubava os ghouls de costas no chão, o que facilitaria o abate.
Deixou três caídos para os soldados finalizarem e tentando sempre caminhar em torno de todo o grupo, enquanto recuperava a energia do escudo, avançava sobre mais um, saltando contra ele, deslizando a faca no pescoço e caindo no chão acompanhando os movimentos do ghoul, rolava para esquivar-se do golpe de outro, logo se levantando também contra este, sentindo as garras de uma das mãos atingirem o ombro e parte do peitoral descoberto, só então sendo afastado pelo sign Igni, como witcher furioso segurando a cara do ghoul com a esquerda enquanto o queimava e também cortava o pescoço. Só estão recuando alguns passos para se unir ao grupo e reavaliar a situação.
Sua própria situação não era das melhores, como se não bastasse o cheiro da urina e das fezes dos cães, agora carregava a podridão dos ghouls misturada à terra úmida do local e ao próprio sangue. Porém, seu olhar percorria todo o cenário de batalha, deixaria para se preocupar com o ferimento quando tivesse tempo para isso. Resistente à dor, a expressão de seu rosto era neutra e focada, utilizou o "witcher's sense" para precisar quantos ainda estavam vivos e buscava a jovem ruiva, para verificar se ela tinha conseguido se juntar ao grupo.

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Mensagem por Johanna Naberrie Sáb 02 Dez 2017, 01:33

Deitada no chão, após a rolagem e a escapatória, Johanna olhou para cima, vendo em uma visão lateral o caos perfeito em que seu exército estava inserido. Não pôde definir se foi pura sorte ou instinto, mas voltou a olhar o monstro que a cercava a tempo de notar sua aproximação e a mão que avançava sobre seu corpo. Ela ergueu a espada, a movimentou de modo a tentar acertar o que seriam os dedos daquela criatura enquanto arrastava o corpo rente ao chão tentando se afastar mais uma vez. Depois de atingir alguns poucos metros de distância percebeu que não seria isso a salvá-la, então se apoiava nos joelhos para se levantar e ao ficar de pé, precisou de um salto urgente para evitar a outra mão que também desejava lhe alcançar. A garota mal tinha tempo para observar e estudar todo o resto do corpo da criatura que não fosse o membro mais próximo tentando captura-la. No entanto, preocupada com os homens do reino, ouvia os gritos amedrontados, vidas findadas e alguém proferindo ordens. Olhou mais uma vez, depressa. Talvez depressa até demais. Era mesmo o witcher que comandava os homens contra aqueles monstros? “Fiquem de costas” Parecia uma boa dica, ela seguiria, no entanto, não havia um parceiro para lhe auxiliar. A garota percebeu que deveria se juntar aos demais, mas sequer podia das as costas para correr. Mais um avançar das mãos e outro golpe com a espada. A criatura nem mesmo parecia sentir dor, tinha dúvidas se de fato seus golpes a afetavam. Foi quando um dos animais da montaria vinha em sua direção, fugia atormentado. Poderia ser a sua chance, talvez aquele pobre cavalo pudesse servir de isca. Johanna corria em direção ao animal na tentativa de se esconder atrás dele e que atraísse a atenção da criatura enorme. Não sabia o quão esperta era, mas era só o que podia tentar. Quando o cavalo estava perto o bastante, a garota correu e escorregou diante dele, passando para o outro lado para usar o seu flanco como escudo. Em frações de segundo, seu plano havia falhado. O cavalo escapou, o monstro ainda a cercava, bem como um barranco que limitava sua escapatória e ela já não sabia o que fazer. Foi quando percebeu que da mesma terra íngreme o witcher surgiu. Johanna se sentiu na companhia de dois monstros naquele instante, no entanto, um parecia disposto a abater o outro. Sendo assim, ela observava atenta enquanto reavia o fôlego dentro do peito coberto pela armadura. Um ar muito mais denso o atingira depois de um sinal do homem de cabelos brancos. Ela nunca havia presenciado ou sentido nada parecido, sentiu a pressão do ar atingir o seu corpo começando pelo surdo do ouvido. O golpe não era direcionado a ela, mas sentiu como se fosse. Fechou os olhos, tentava reaver a noção de espaço que lhe escapara. Havia apenas um zumbido em seu ouvido enquanto olhava o witcher avançar sobre o monstro e parecia lhe dizer alguma coisa. Aos poucos o som voltava e ela decifrou o comando: cortar a cabeça. Assim que o Witcher se afastou, Johanna lutava contra as pernas bambas que pegavam velocidade até alcançar o monstro no chão. Sem hesitar, ergueu a espada e com as duas mãos a usava para dilacerar o pescoço daquela criatura com repetidos golpes e cortes nem um pouco simétricos. Sem se importar em como tudo aquilo ficaria se interessava apenas em separar logo a cabeça do corpo. E ao final de quase dez golpes já havia ultrapassado os ossos, espalhado toda a carne e sangue pútridos pelo entorno, inclusive sua armadura, espada e rosto. Estava exausta, os sentidos pareciam falhar junto a sua função. Sentia que não devia estar ali, não era o que deveria estar fazendo e tentava desempenhar o seu papel. Agora tinha tempo de percorrer os olhos pelo relevo, procurando por algo que pudesse usar a favor de uma fuga ou proteção para os homens que sobravam. As perdas já eram consideráveis. Quando avistou um corredor entre montanhas, não muito longe dali, tomou o ar para gritar, mas tudo que sentiu foi uma náusea forte demais para ser contida e permitir executar o seu plano. O cheiro junto a podridão impregnados no seu corpo a impediam de se mover e qualquer tentativa terminaria em vômito. Embora não fosse hora para se questionar sobre isso e a estúpida ideia de se passar por uma guerreira no lugar da irmã quando na verdade era apenas uma diplomata prestes a se casar, não poderia lembrar os homens que teoricamente comandava. Seria ridículo da sua parte admitir tal fraqueza perante eles, de modo a desencorajá-los, principalmente depois desse ataque devastador. Sem perceber seus pés começavam a recuar. O corpo já executava uma fuga que sua mente lutava contra. Logo a garota correu uma distância boa o bastante para se esconder atrás de uma árvore frondosa, apoiar a mão em seu tronco e encurvar o corpo para frente lutando contra a ânsia de vômito, e principalmente a culpa pelo acontecido, que lhe consumia. De longe percebeu que o witcher conduzia o grupo dos que restaram ao sucesso. Com a mão sobre a armadura na região do estômago e imenso pesar estampado no rosto, viu quando todos eles foram abatidos. Só então se entregou ao cansaço da sua batalha inútil contra uma das criaturas a poucos segundos atrás. Sentou-se no chão sabendo que se não fosse o witcher, ela estaria morta, assim como todos os homens daquele exército. Seu pai já estava furioso pela perca de uma das filhas e ficaria ainda mais com o fracasso da outra. Por teimosia, orgulho e ira ignorara o que o witcher disse e ignorou seu alerta sobre os monstros. A culpa pesava tanto quanto seu estado lastimável. Aos poucos, toda a ideia daquele plano absurdo vinha a tona para aumentar o peso sobre os ombros. Nunca foi uma guerreira como a irmã mais velha, tampouco uma boa moça como a irmã mais nova. Johanna oscilava entre uma coisa e outra sem ser realmente boa em nenhuma das duas. Fora designada a um casamento como um ato de diplomacia entre dois reinos e era a isso que deveria estar se dedicando. Mas a morte de Sophie não poderia ser ignorada, portanto o pai lhe pedira para representa-lo junto ao exército na busca do homem que feriu o reino ao assassinar sua primogênita. Agora, sentia que lhe devia um favor imensurável e ela sequer sabia como organizar seus pensamentos. Permaneceu ali por tempo o bastante a ignorá-los, já que não poderia usá-los a seu favor. Então tomou coragem e forças para retornar e arcar com as baixas. Era fato que tinha medo de como os homens iriam reagir perante o seu fracasso. No entanto, à medida que se aproximava, seu braço direito vinha em sua direção para caminhar junto a ela. Ela sabia que podia contar com ele e ele lhe daria forças. Não fazia questão de pose alguma, mas em um breve momento agiu como achava melhor. Alcançou o witcher e então lhe falava. –Há homens que poderão cuidar dos seus ferimentos e oferecer o que precisar. Embora eu me sinta em dívida com você pela inegável ajuda que salvou os homens, espero que entenda que não posso ignorar o fato de que assassinou minha irmã e devo leva-lo a julgamento. Peço que me acompanhe de modo civilizado, assim poderemos seguir viagem sem que precise trancafiá-lo em uma cela novamente.- Ao dizer isso, franziu o cenho. –Afinal de contas... como conseguiu sair dela?- Só então se lembrou desse pequeno detalhe e apoiou a mão na espada pronta a usá-la se fosse necessário.
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Sáb 02 Dez 2017, 12:07

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
O cenário era de detruição, sangue e morte. Alguns soldados estavam mortos, outros feridos e a visão daquelas criaturas horrendas parecia bastar para atordoar os soldados, que mesmo com a liderança especializada, ficaram meio perdidos em combate. Muito se falava sobre todo tipo de criatura, mas poucos tinham a chance de ver alguma delas e sobreviver para descrevê-las com precisão. Após aferir a situação em que se encontravam, o witcher decidiu seguir seu "procedimento operacional padrão", mas antes disso ouviu as palavras da garota ruiva vestida com aquela armadura pesada e sem olhar para ela, caminhou entre os corpos, arrastando um por um na intenção de forar uma pilha de corpos, enquanto respondia, ignorando a pergunta sobre o modo como conseguiu sair daquela gaiola fétida.
── Compreendo sua posição, no entanto creio que mereço alguma consideração, visto que seria muito mais lucrativo para mim, deixar que todos vocês morressem. Afinl, como podem ver, condições para sobreviver eu teria, desaparecendo sem deixar rastro algum. ── disse jogando o corpo de um dos soldados junto com os ghouls. Já acreditando haver objeções por parte dos demais, pelo olhar que eles o dirigiam, preferiu logo alertá-los. ── Se bem me recordo, a viagem até o castelo demora pelo menos 4 dias mantendo um ritmo acelerado. Bastam 3 dias para que esses soldados se transformem em criaturas como aquelas. Sim, todos eles um dia já foram humanos cujas carcaças não foram queimadas, então permitam que eu faça o meu trabalho.
Os soldados estavam tão atordoados com a batalha que enfrentaram, que sequer tiveram vontade de questionar. Geralt percorreu todo o local, amontoando os corpos, que carregava nos ombros e arrastando um em cada mão para acelerar o processo, aos poucos conseguiu reunir todos os corpos e com a mesma adaga que usou durante o combate, arrancou os olhos das criaturas, que serviriam como ingredientes para suas poções. Normalmente retiraria mais material, mas não teria onde carregar tudo aquilo, então manteve o foco no que seria mais fácil. Ouviu o que parecia ser o som de vômitos, certamente por nojo pelo que ele fazia naquele momento, então Geralt arqueou o canto esquerdo do lábio formando um meio sorriso sarcástico, imaginando que tipos de histórias sairiam daquela experiência por parte desses soldados em bares e tavernas. Em seguida, caminhou até o baú onde seus pertences estavam guardados, falando.
── Permitam-me guardar esse material... posso precisar depois e...
── Fique longe desse baú! ── exclamou um soldado recuperado do choque, colocando a espada na frente do witcher de forma ameaçadora. ── Ele pode usar o que pegou dessas criaturas pra fazer algo contra nós! Todos sabem como aberrações como ele são perigosas! Afaste-se, jogue o que pegou fora e faça como lhe foi ordenado!
── A ordem foi para que os acompanhasse de modo civilizado, o que eu farei, mas não se esqueça: eu não sou seu capacho, então se achar que devo, o caminho que estão seguindo me oferece muitas chances para me livrar de vocês. ── os olhos amarelos fendidos, encaravam os azuis do soldado com tamanha proximidade, que mais pareciam convocar de dentro deles os seus medos mais ocultos para atormentá-lo, enquanto a destra erguia os olhos dos ghouls que ele obteve e se fechava sobre eles, esmagando-os.
Embora acreditasse estar desperdiçando um bom material, este não valia o ódio que irradiava no olhar do soldado. Geralt logo percebeu que com aquele soldado nada conseguiria e na intenção de evitar mais atrito, se afastou, jogando o material na pilha de corpos e limpando o sangue na calça. Logo, usando a mão esquerda com os dedos indicador e polegar levados aos lábios, assoviou. Dois silvos altos ecoaram entre as árvores para chamar a montaria do witcher, que ficara para trás, ainda perto do bordel, próxima a outros cavalos. Como sempre, não ficava presa, por sempre responder ao chamado de Geralt, independente de onde ele se encontrasse. Havia um elo de ligação entre ele e o animal, que permitiu o uso de um encantamento simples de convocação para que o chamado chegasse à Roach, mesmo estando tão distante.
Obviamente, ele assoviava e nada acontecia, a montaria demoraria um pouco até se deslocar até lá, mas não teria dificuldades para encontrá-lo, já que sua velocidade de galope era superior à da comitiva que o mantinha cativo, pois levavam consigo equipamentos e alguns soldados que seguiam à pé. Um deles, aterrorizado, exclamou:
── Vocês viram isso? Ele está chamando alguém! Pedindo ajuda! Deveríamos matá-lo, Lady Lucy!
Geralt furioso responde enquanto move os dedos da mão esquerda executando o sinal Igni, que logo conjura uma onda de chamas que se espalha sobre a pilha de corpos. ── Isso mesmo! Matem-me! E nunca saberão quem matou a princesa! Eu não tenho nenhum motivo para isso, por outro lado, tenho certeza que como em qualquer castelo, a nobreza e seus jogos políticos possuem ótimos motivos! ── As chamas se espalhavam sobre os corpos com as labaredas refletidas nos olhos do witcher, que estava bem próximo a elas, como se estudasse os movimentos do fogo. Observava atentamente para garantir que ele envolvesse todas as carcaças e continuava a falar. ── Temos um problema maior agora. Preciso encontrar o ninho dos ghouls e destruí-lo, ou em pouco tempo haverá outro grupo. Normalmente eles são liderados por pelo menos um Alghoul e nós não vimos nenhum ainda, logo eles estarão aqui. Além disso o próprio sangue dessas criaturas é tóxico e muito contaminado. ── em seguida ele direcionava o olhar para a mulher que os liderava, que apresentava manchas de sangue no rosto e completava. ── Vocês precisam se lavar... Principalmente no rosto, ou vão adoecer. Tem um rio perto daqui, onde podem fazer isso, enquanto elimino o ninho e as criaturas restantes que...
── Lady Lucy! Essa aberração só quer ganhar tempo! ── interrompeu mais uma vez o soldado enfurecido ── Não ouço o som de nenhum rio! Ele só quer nos enganar! Não acredite nesse mutante!
── Lady Lucy... ── disse Geralt sem alterar o tom de voz, mantendo uma certa neutralidade em suas feições e os olhos amarelos fixos nos dela. ── Garanto que meus sentidos superam os de seus soldados e posso ouvir inclusive sentir o aroma adocicado zuave de seus cabelos, que lembram pêssegos frescos... ── o olhar desviou por um instante por cima do ombro da ruiva, mas logo voltaram a encará-la. ── inclusive isolando-o do odor fétido do alghoul, que se encontra 10 passos atrás de você.
A criatura se encontrava à espreita, entre as árvores e não se movia, até que o witcher arremessasse a faca que usara em combate em direção à folhagem, de onde emergia o monstro de porte maior e musculatura mais densa que os ghouls comuns. O corpo era coberto por uma couraça, que sobre a cabeça e as costas formava espinhos, que semelhantes a unhas de felinos, retraíam-se e emergiam até alcançar o tamanho de lâminas de adagas. Seus movimentos eram dotados de maior agilidade e as garras bem mais longas que as daqueles consumidos pelas chamas. O cheiro de carne em decomposição era exalado pela bocarra enquanto o alghoul ameaçava, emitindo uma espécie de rugido. A faca arremessada contra ele, sequer perfurou a couraça o que preocupava o witcher, agora desarmado.
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── Preciso da minha espada de prata.
── Foi ele que chamou o monstro pra nos matar!
Dessa vez, Geralt apenas ignorou o soldado e sequer esperou uma resposta da comandante, a empurrou para perto dos outros, para confrontar o alghoul e impedir que ele chegasse até os demais. Esperava que diante de sua postura, a comandante pegasse a espada dentro do baú e arremessasse para ele. Para ganhar tempo, Geralt se movimentava de forma ameaçadora sempre de frente para o monstro, deixando claro que ele era seu adversário e desafiando-o para combate. Com a mão esquerda fez o sinal Quen para se proteger e aguardou até o primeiro movimento do alghoul, que investiu contra ele um golpe com as garras do braço direito, saltando na direção do witcher, que avançava sobre ele também, segurando o pulso e batendo o ombro no peito do alghoul e a mão livre, impulsionou um arremesso da criatura de costas no chão, pisando em sua garganta com toda a força na tentativa de pelo menos sufocá-la um pouco, se afastando logo após, para esquivar-se das garras que mais uma vez se direcionavam a ele. De mãos vazias, não havia muito o que fazer. Com o esbarrão do ombro contra o alghoul, o escudo Quen se quebrava, então ele fazia mais uma vez o sinal, para pelo menos evitar ser atingido, já que não conseguiria inflingir nenhum dano considerável ao monstro, até ter sua espada. Sabendo do que os espinhos na couraça eram capazes, evitaria ao máximo se aproximar das costas, mantendo-se sempre de frente, tentando prever os movimentos do alghoul e torcendo para que não houvessem outros no ninho, pois aquele sozinho já seria um adversário difícil, pelas condições em que se encontrava Geralt naquele momento. Sem dispor de nenhuma de suas poções, armas, armaduras e equipamentos em geral, o menor deslize poderia ser fatal.

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Mensagem por Johanna Naberrie Seg 04 Dez 2017, 23:31


Uma resposta era o mínimo que aquele homem estranho lhe devia. Em outros tempos, a audácia de não respondê-la como esperava a faria tomar providências mais sérias, no entanto Johanna se sentia verdadeiramente em dívida com o witcher a ponto de não lançar sua ira sobre ele, ou seguir com os procedimentos rígidos exigido pelo pai. Ele começou a movimentar os corpos, ela seguia com os olhos atentos a cada movimento dele, mas não olhava para os mortos ou para o cenário de guerra verdadeiramente, tinha medo de se sentir mal novamente e não conseguir evitar nova ânsia de vômito. Por fim ele começava a falar, algo sobre merecer consideração. Já não era consideração o bastante ela se sentir em dívida com ele? Oferecer cuidados? Para ela parecia o bastante por ser ele o assassino de sua irmã. Não deixou que todos morressem porque preso na jaula ele também morreria! Ou não, segundo ele, o que a remetia a pergunta crucial de como ele havia escapado dela. Não se esqueceria dela jamais e percebia que talvez ele usasse a pressa para empilhar os corpos como uma desculpa para não respondê-la. Ele dizia quatro dias até o castelo, três dias para aparecerem mais monstros... até lá ela lhe arrancaria uma resposta satisfatória. Agora ele explicava sobre a transformação de seus soldados.  Sem olhar para eles, se empenhava em manter as aparências desejadas para se passar pela sua irmã mais nova, a que em hipótese nenhuma sairia do castelo e ao mesmo tempo deveria estar ali, e agir como a mais velha que tinha habilidade o bastante para lidar com batalhas e soldados. Tentava pensar que estavam mortos e por isso podiam fazer o que fosse necessário com os corpos. Queimá-los? Que seja! Sem saber a motivação para permanecerem calados, pelo menos deixar que o witcher fizesse o que queria parecia unânime. Imaginou se não ousavam discordar dele por gratidão de permanecerem vivos, por medo depois da demonstração de total habilidade durante o combate ou a força para carregar dois corpos de uma vez. Ela suspirou exausta e se arrependeu logo que sentiu o mal odor que invadiam suas narinas. Fechou os olhos com força, concentrando-se para não deixar nenhum mal estar incomodá-la. Isso parecia impossível uma vez que ouviu sons vindos do soldados, reconheceu revertérios e expressões claras de manifestação apática e viu ele arrancar um dos olhos de uma criatura. A cada instante ela mesma sentia mais asco daquele homem assassino, cheio de sujeira de cachorros e recolhendo partes pútridas de monstros. Corria os olhos pelos demais, pelo seu braço direito tentando buscar algum consolo ou ideia do que fazer naquela situação até vê-lo caminhar em direção aos seus pertences. Rapidamente ela apoiou a mão na espada embainhada, determinada a erguê-la se preciso, porém um soldado se antecipou. A mão dela não se afastou, acompanhava o desenrolar daquele impasse, os joelhos se flexionavam lentamente já buscando alguma agilidade para o movimento que precisasse fazer a seguir. O impasse não deu em nada, a não ser o atrevimento do witcher. Isso já não mais a surpreendia. Sem desviar os olhos dele comentava entre os seus homens em tom relativamente tranquilo. –Ele é perigoso, mas nós somos um exército. Falhamos com as criaturas e se não fosse por ele provavelmente faríamos parte daquela pilha.- Olhou para o monte de corpos que o witcher havia feito e independente do motivo, concordou com a finalização. –Juntem os demais e queimem!- Johanna deu a ordem, mas sempre que o fazia levava o olhar ao segundo comandante procurando algum respaldo. Sabia perfeitamente que nem todos gostavam de uma presença feminina entre eles, muito menos acatar ordem de uma mulher embora não ousassem desafiá-la sendo filha do rei. Sempre ouvia murmúrios e burburinhos reclamando de qualquer decisão que ela tomava e que atribuíam ao seu gênero. Algumas vezes ela ria consigo mesma e em segredo, mas em outras parecia esperar uma revolta vindo dos homens e se pegava olhando para cada um deles deduzindo quais permaneceriam fiéis a ela e a defenderiam. Logo outro devaneio começava. Se Sophie estivesse ali certamente iria derrotar cada um deles até convencê-los de que embora fosse uma mulher, era mais apta a fazer o que fazia do que qualquer um daqueles homens. Se fosse realmente Lucy, provavelmente já teria caído nas graças de todos eles com sua simpatia e delicadeza. Já ela... bem, o casamento e continuar com a parte diplomática já não parecia ser tão ruim. Como gostaria de voltar a exercer o seu papel, conciliar os reinos, evitar conflitos, ser esperta com palavras... perguntava-se se Lucy estava se saindo bem se passando pela outra gêmea sem deixar os demais saberem que a verdadeira chave para a diplomacia e paz entre reinos estava em um campo de batalha em meio a corpos e criaturas, ambiente fétido e junto a soldados que não exatamente gostavam da sua presença. Agora ia ao encalço do prisioneiro com quem se sentia em dívida depois de reforçar a ordem. –Apenas façam!- Movendo a armadura pesada que cobria o seu corpo, dava passos não muito largos na direção do homem de cabelos brancos que agora assoviava, claramente um chamado. Ouviu um dos soldados apelar para ela, pedir para mata-lo por isso. Às vezes a mistura de medo junto a ira e sua posição podiam conferir a agressividade que lhe faltava como legítima guerreira. –APENAS FAÇAM!- Reforçou a ordem com um grito, olhando enraivecida para o soldado que tentou alertá-la. Ele correu para executar sua ordem, assim como os demais.

No entanto não foi possível uma vez que com um sinal dos dedos do witcher, a chama espontânea tomou conta da pilha de corpos. E logo após disso ouviu os dizeres de Geralt mencionando até mesmo sua irmã, o que a fazia entrar numa espécie de transe. Com a expressão claramente oscilando entre a raiva e a tristeza, ela se perdia entre as lembranças, se via cada vez mais distante de conseguir despedir dela em seu velório. Agora mal acompanhava a discussão sobre ninhos de monstros, líderes e sangue contaminado. Os imensos olhos castanhos também estavam fixos nas cores do fogo enquanto sentia o corpo esquentar pela relativa proximidade dele e a absorção de calor pela armadura. Quando poderia se desfazer dela? Ou se livrar de sentimentos que lhe causavam tanta dor? Quando poderia voltar a ser ela mesma? Quando poderia estar com suas irmãs? Tudo o que mais queria era voltar aos tempos das lembranças de quando crianças, as três se aventuravam a nadar na profundidade proibida dos lagos além dos limites do castelo, o que poderia lhe render castigos, mas era ali que morava a aventura. Sempre se sentiu segura com a mais velha e confortável com a mais nova, que mesmo tão diferente a acompanhava desde o ventre. Agora se via longe das duas e sem saber quando as teria de volta. Quem sabe a mais velha não seria cremada? Não poderia fechar os olhos ou uma lágrima escorreria. Para evita-la os tirou da direção do fogo e voltou sua atenção ao próprio rosto cujo witcher dizia haver sangue. Ela passou os dedos para conferir e decidiu que a ideia de encontrar o rio parecia no mínimo convidativa. Não acreditava muito em nenhuma conversa tóxica ou doenças que ele alegava, mas aí estava sua oportunidade de se livrar da armadura e da farsa por um instante. Ele chamou a sua atenção interrompendo o soldado.  Seus olhos amarelos a incomodavam, talvez por isso foi um pouco ríspida ao responde-lo. –Não duvido dos seus sentidos, prisioneiro. E eles nem me impressionam. Há sim um rio por perto, passamos pela sua margem direita quando tomamos um caminho que se divergia quando procurávamos por você.-  Confirmaria que iriam para o rio se lavar, principalmente abastecer a comitiva quando ouviu ele dizer sobre algo atrás dela. Teve o tempo para se virar lentamente e procurar, assim como os demais soldados curiosos também buscavam o que ele dizia estar por perto. Surpreendeu-se não só com a faca que ele atirou como com o monstro que emergiu diante deles. Ela desembainhou a espada enquanto os demais davam passos para trás, mais dispostos a correr do que enfrenta-lo. Pudera! Esse claramente parecia pior que os demais, embora julgasse que eram um pouco parecidos. Talvez da mesma turma, porém um mais desenvolvido. E ela se agarrava a vantagem de ser apenas um. Longe de acatar o pedido do witcher e deixa-lo levar o crédito sozinho para tentar fazer vantagem como da outra vez, também ignorou o comentário do homem que tentava culpa-lo. Independente disso, precisavam exterminar mais um monstro e convocava os soldados para isso. –Coragem, homens! É apenas um! Ergam as espadas e avancem!- Ela mesma já segurava a sua, pronta para atacar, estudava a criatura procurando por onde começar quando sentiu os olhos de serpente arremessa-la para os soldados que a prendiam e a afastavam daquele combate. –Ele sabe o que fazer, Lady Lucy! Deixa que ele o faça, você não teria chances.- Aquilo a irritou, não tanto quanto ver o outro soldado que procurava o baú e os pertences do witcher para ele. Medrosos! Eram todos uns medrosos! –O que estão fazendo? Vocês são soldados, vão deixar tudo nas mãos de um prisioneiro que julgaram culpado instantes antes?- Ela se livrou das mãos dos soldados que a impediam de voltar na intenção de protegê-la. Ela mesma ia em direção a criatura que o witcher enfrentava sozinho. Os demais soldados, perdidos assistiam tudo, alguns se encorajavam a segui-la, mas paravam a certa distância, outros avançavam um pouco mais e iam para perto do witcher para oferecer ajuda. Não que ele parecesse precisar num primeiro instante. Não entendia como funcionava sua magia ou como tinha tanta força para arremessar, enfrentar aquela criatura sem armas e apenas com o corpo que atirava na direção dele. Viu sua chance na beira de um penhasco quando percebeu que em algum momento ele iria desequilibrá-lo. –Vocês fiquem aqui, a postos! Vocês venham comigo!- Chamou alguns dos que a acompanhavam para subir depressa a inclinação até o alto. Chegaram a tempo de ver e aproveitar da fraqueza do monstro caído no chão para empurrar dois a dois pedras grandes para rolarem e o atingirem lá em baixo. –CUIDADO!- Ela alertou para chamar a atenção dos que estavam lá em baixo. Foi quando viu o witcher sobre sua garganta, mas ele se afastou a tempo .  O monstro usava suas garras contra ele até ser atingido por uma das pedras que não causava danos consideráveis, mas pareciam desnorteá-lo. –ATACAR!- Era a hora perfeita e deveriam ser rápidos. Aos poucos mais homens aderiam a ideia e entravam para a luta. Agora Johanna descia o penhasco não pelo morro que havia subido, mas pela parte vertical. E em uma altura considerável, mas não muito distante do monstro, virou-se de frente com cuidado apoiando os pés em pequenas pedras onde era possível para posicionar a espada e pular lá de cima a fim de fazê-la penetrar a pele do monstro. O grito pelo ato quase impensado deu lugar a um de dor quando ela finalmente chocou o seu corpo contra o monstro e caiu por cima deles. Os soldados, igualmente assustados com a atitude e com o monstro, agora pelo menos pareciam se encher de coragem e também avançavam contra o monstro. Tentavam atingi-lo e em troca, uns eram feridos pelas garras do monstro que se debatia e tentava se erguer. Em meio ao caos do aglomerado que se formava entre eles, corpos eram arremessados, no entanto outros pareciam feri-lo de algum modo. Johanna ainda se segurava e prendia à espada que no final das contas, perfurara alguma parte do seu tronco com a parte aguda com a ajuda da força da distância, velocidade e do corpo dela através do salto. Tomada pela adrenalina, ainda não sentia as dores mais fortes que tudo aquilo lhe causaria, a não ser a da força muscular por se prender e tentar movimentar a espada. Em um relance, viu quando finalmente um dos soldados colocou nas mãos do witcher sua espada de prata. Foi quando não conseguiu mais se segurar e escorregou, arremessada para o chão em condições perfeitas para ser esmagada ou pisoteada pelos homens que golpeavam sem parar o monstro que parecia finalmente enfraquecido.
(Vou deixar a finalização por sua conta, porque não sei as particularidades do monstro, se precisa de algo em especial para matar ele. E pra não deixar só nisso avancei um pouquinho na história sem essa parte e sem detalhar demais.)

Johanna sentia dores pelo corpo todo, sabia que estava ferida, mas não podia dizer ao certo onde era. Sem poder oferecer mais nenhuma ajuda pelo corpo debilitado, agora tentava apenas se afastar do monte de homens e o monstro que se tornava ainda mais hostil a medida que era golpeado. Conseguia se afastar na surdina, quase se rastejando para longe.  Sentou-se encostada em uma árvore para assistir a finalização do monstro e o desfecho de mais uma batalha sangrenta. Toda vez que respirava se sentia sufocada pelo próprio ar, pela armadura, pela dor, pela sensação de fracasso e a consciência por não saber fazer o que era o certo. Sabia que precisava, mas tinha dificuldades para se levantar. Usaria sua espada como apoio, mas sabia que a perdera mesmo quando de longe podia vê-la cravada no monstro golpeado. Respirou fundo mais uma vez, apoiou a mão no tronco para se levantar e em meio a dor conseguiu. Passou a caminhar com passos desajustados na direção do rio que o witcher mencionara e que ela sabia onde estava. Empenhava o que lhe restava de força na caminhada, por isso não se desgastava com um choro latente que estava para sair. No entanto ela o segurava. Quando finalmente ouviu o curso d’água e o cheiro de terra molhada, Johanna começou a se desfazer da armadura, se despir da farsa para então se molhar. Ia em busca de um mergulho gelado e macio o bastante para não sentir a pressão da dor no corpo, apenas senti-lo leve, lavando a alma e a sujeira numa tentativa de relaxar e reaver a força que agora lhe faltava. Tentava fazer isso rapidamente, sabia que não demoraria para que o witcher convencesse os demais a se lavarem. Logo os homens chegariam ali e a veriam naquele estado enfraquecido. Mas por mais que tentasse melhorar e agilizar, o que conseguia era submergir e subir apenas para respirar, sentir a água pesar o seu corpo e amenizá-lo ao mesmo tempo. Não tinha forças para sair dali e sentia até mesmo uma vontade incontrolável de adormecer.  
Johanna Naberrie
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Cry Wolf! Time to worry! Empty Re: Cry Wolf! Time to worry!

Mensagem por Geralt Gwynbleidd Ter 05 Dez 2017, 11:22

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Por onde quer que andasse, o witcher atraia olhares de medo, repulsa e ódio, então já estava acostumado com o modo como era encarado pelos soldados enquanto empilhava os corpos. Aprendeu a ignorar e apenas fazer o seu trabalho, como no massacre de Blaviken... a simples lembrança daquele dia atribuia um semblante sombrio ao Lobo Branco e turvava os áureos olhos fendidos. Os soldados pareciam tão assustados quanto confusos. Acabaram de perder companheiros de brigada nas garras de criaturas que outrora habitavam apenas os contos macabros espalhados em tavernas para assustar viajantes. Contos de guerra falavam sobre o expurgo dos mortos sobre os vivos como castigo pelo abandono de seus pares, transformados em seres que um dia foram tão humanos quanto, como uma forma de vingança. Onde estava a veracidade dessas histórias, Geralt não sabia. Deixava isso para os versados, enquanto ele se preocuparia em eliminar essas criaturas, impedindo que façam mais vítimas.
Mesmo com o choque inicial dos soldados com os acontecimentos recentes, Geralt sequer teve o tempo necessário para queimar todos corpos com as interrupções daqueles que se recuperaram mais rápido desse transe inicial. Certamente os ânimos alterados atraíram a atenção do alghoul, já que eles não possuem capacidade suficiente para compreender um assovio, mas sabiam que vozes humanas eram um sinal claro: comida. Percebeu quer era demais esperar um pouco de confiança da parte daquelas pessoas, então decidiu se ater ao que tinha que fazer e pronto, se algo desse errado, seria por conta e risco deles mesmos, ele não se resposabilizaria. Como de costume, manteria sua neutralidade, embora soubesse dos riscos, não bateria de frente com os demais, fazendo o que fosse sua obrigação apenas. Após a resposta da garota, manteve um semblante tranquilo, apesar de seu estado, afinal já estivera pior do que isso antes. E estava satisfeito. Pelo menos um de seus avisos foi ouvido, eles iriam até o rio para se lavar, evitando que se contaminassem com o sangue dos monstros, um alerta que na maioria das vezes era ignorado e normalmente tinha péssimas consequências, porém o alghoul que já espreitava o grupo parecia ter um nível maior que o da maioria que costumava enfrentar por aí. Esse era digno de um ótimo contrato... sua cabeça valeria pelo menos umas 200 coroas.
e quando se preparou para usar o Igni, foi surpreendido pela ordem da comandante para que atacassem. "Não... isso não vai acabar bem..." pensou consigo mesmo sem dizer uma palavra, apenas seus olhos expressavam o espanto ao prever o resultado de um ataque não especializado contra aquelas criaturas. Certamente os soldados não perceberam o quanto o witcher evitava as costas do alghoul, mais esquivando que atacando, até mesmo porque demorava um pouco para poder usar algum de seus sinais de novo, mesmo acreditando que não adiantaria os repreendeu.
── Não façam isso! Fiquem longe!
Alguns ficavam confusos e até mantinham certa distância, mas talvez o medo de ser punidos por seus sobreanos ainda fosse maior que o risco de encarar aquela criatura, então eles ainda pareciam determinados. O witcher acompanhava cada movimento do alghoul, que lutava para se levantar recuando mais uma vez, ao receber um novo golpe em direção ao peito e ouvir o grito de "Cuidado!" da garota, esquivando ao saltar para a lateral direita se jogando no chão em um rolamento rápido, do qual já se levantava pronto para avançar novamente. Viu o monstro ser atingido pelas pedras e aliviado por não ter sido atingido, viu a garota saltar de cima do penhasco e pular em cima do monstro caído, que se debatia furioso atordoado com o choque das pedras. Em fúria, ele se levantou e os espinhos que cobriam boa parte das costas do alghoul aumentaram de tamanho subitamente e eram tão densas quanto os ossos dele, apresentando pontas afiadas, que perfuraram a região das dobras da armadura de um dos soldados, no momento que o monstro se levantou de súbito. A criatura emitia um som extremamente agudo, o que atordoava qualquer criatura, principalmente o próprio witcher (uma desvantagem do witcher's sense) e seu corpo assumia uma coloração vermelha mais vívida.

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O witcher arregalou os olhos ao ver que a garota tinha cravado a espada no peito do alghoul, uma manobra muito arriscada, mas que causou um dano considerável na criatura. Qualquer ghoul teria morrido com aquele golpe, mas a constituição dos alghoul era muito mais densa e seu fator de regeração também. Tanto que os próprios witchers possuíam esse mesmo "mutagen" regenerativo. Naquele momento, aquela jovem ganhou seu respeito, agindo com uma bravura e inteligência superior a muitos generais. Se tivesse tempo, elogiaria o grande feito, mas quando todos recuaram, foi a vez dele se levantar. O peito ferido vertia grumos de sangue viscoso e escuro e o witcher atordoado, preparava-se para usar o sinal Igni mais uma vez, até que sentiu o cabo da espada de prata na mão, entregue por um dos soldados.
Admirou a manobra estratégica da garota, digna de grandes líderes como o próprio imperador, pois ela reacendeu no peito de seus soldados assustados, o desejo de lutar e assim, com os ânimos inflamados, eles avançavam contra as criaturas até mesmo acompanhando o próprio witcher, que percebendo que ela fora arremessada para o chão, saltou sobre ela rolando com seu corpo para tirá-la do caminho, no momento em que o alghoul furioso avançava contra aquela que lhe desferiu aquele golpe certeiro. Porém, as garras atingiram as costas do witcher, que fixou o olhar na criatura que avançava ignorando todos os demais e efetuava um golpe vertical com a espada de baixo para cima, atingindo a articulação do ombro dele, para atrair sua atenção, retirando seu foco de Lucy. Afastada dos demais, foi seguida pelo soldado que se feriu no momento que o alghoul se levantou e outros que também receberam golpes mais fortes. Porém, aqueles que outrora recuaram, se uniram aos demais, pelo menos confundindo a criatura e golpeando a cada brecha que ela dava. Geralt usou o sinal Axii, para acalmar e confundir a criatura, que atordoava, retraía os espinhos, permitindo assim que os soldados avançassem sem medo cravando suas espadas nas laterais do corpo e na frente. Porém, o sinal durava apenas alguns segundos e ao se recuperar, a criatura gritava mais uma vez, atordoando a todos que estavam à sua volta, golpeando os soldados com as garras afiadas, arrepessando um e outro. O witcher, por sua vez, efetuava mais um corte vertical de baixo pra cima, dessa vez desferindo um golpe fluido por baixo da axila da criatura, decepando seu braço e evitando assim que ela pudesse continuar a avançar sobre os soldados. Em seguida, repetiu a manobra no outro braço, fazendo com que o tronco pesado perdesse o equilíbrio e caísse no chão. Dessa forma, com o sinal Aard, Geralt impulsionou a criatura com a explosão telecinética do sinal para que caísse com a barriga para cima e desferiu uma estocada diagonal em um ponto específico entre as costelas para atingir o coração. Como se não bastasse, cortou-lhe a cabeça com um golpe certeiro e limpo no pescoço. Só então, seu olhar buscou a garota, pensando se ela também tinha se ferido. Mas não a avistou. Respirava fundo, ofegante, buscando-a com o olhar. Percebeu a trilha que ela deixava pelo andar difícil e acreditando que ela teria ido até o rio primeiro, avisou.
── Guardem a cabeça... uma batalha como essa merece ser lembrada. Garanto que serão muito bem recompensados por seu rei. Mas o corpo, joguem com os restantes e queimem.
── E quanto a você, witcher? ── indagou o comandante ── Não pense que so por causa disso terá sua liberdade.
── Vou atrás de sua capitã. Ela está ferida e não irá muito longe se encontrar alguma outra criatura como aquela.── mesmo depois de tudo aquilo, Geralt sabia que não tinha a confiança daqueles soldados, então sequer se preocupava em debater nada, apenas deixava clara sua posição e esperava que pelo menos pudesse ir atrás de Lucy e garantir que nada lhe acontecesse no caminho ── Prometi seguí-los e assim o farei. Sou um homem de palavra.
── Não confiamos em sua palavra.
── Então confiem na minha espada. ── disse entregando a espada de prata para o comandante. ── Como pode ver, ela é novinha. Gastei minhas economias todas nela, então tenha a certeza de que voltarei para buscá-la. Assim como todo o equipamento que está em seu poder naquele baú.
── Guardem a espada do witcher! Eu vou também. Procuraremos Lady Lucy!
O comandante parecia bem determinado a seguir com ele, mas o witcher imaginava que Lucy não estaria em uma condição muito favorável para ser vista por um de seus homens, em especial o próprio comandante de seu exército, então decidiu se afastar alguns metros e usar o sinal Axii, ordenando:
── Agora não é um bom momento para abandonar seus homens, eles precisam de um líder para se recuperar da batalha. Eu devo procurar Lucy e garantir que ela volte em segurança.
── Witcher! ── o comandante o chamou, voltando para ele seu olhar confuso pelo domínio do sinal mágico, que manipulava seus pensamentos. ── Agora não é um bom momento para deixar meus homens. Você deve encontrá-la. Traga-a em segurança.
── Sim, senhor.

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Com um sorriso vitorioso nos lábios, Geralt se afastou, buscando a trilha seguida por Lucy até o rio e seguindo-a até lá. Exímio caçador, dominava a arte do rastreio mesmo melhor que outros witchers como ele, sempre atento aos menores detalhes. A armadura pesada deixava marcas na relva, o que facilitava ainda mais sua busca. Não precisou muito até encontrá-la.
Silencioso como um gato, sua destreza lhe permitia ser furtivo, não emitindo um ruído que pudesse atrair a atenção da mulher. Não pretendia interromper, mas garantiria que nada se aproximasse enquanto ela terminava sua higiene pessoal. Imaginava o quanto ela estaria precisando daquilo, uma privacidade que não podia ter na companhia de tantos homens. Geralt cruzou os braços e ficou a observá-la de longe, escorado no tronco de uma árvore, atento aos sons da floresta para evitar que ela corresse algum risco. Ali permaneceu, em silêncio, apenas vigiando, esperando o momento certo para avisar que estava ali, ou para atacar se houvesse alguma ameaça à espreita. Já bastava uma das filhas daquele rei morta em seu nome, mais uma ele não teria a menor chance de ir à julgamento ou tentar ajudar aquelas pessoas a descobrir quem foi o verdadeiro assassino.
Recordava-se do Rei Foltest, que teve a garganta cortada bem diante de seus olhos, mas o witcher Letho, contratado pelo imperador do Norte e do Sul, Emhyr var Emreis, conseguiu fugir, incriminando-o. Até que Geralt conseguisse provar sua inocência, passou muitos meses fugindo de Temeria. Emhyr enfraqueceu o Norte com o assassino de reis e com isso expandiu seus domínios, tornando-se o líder mais poderoso daquela parte do mundo. O witcher acreditava que se tratava de alguma manobra do gênero o que vitimou a irmã de Lucy, mas ainda estava longe de poder tirar qualquer conclusão e precisava pensar em algo que pudesse usar em seu favor para evitar que fosse preso novamente. Poderia conseguir alguma testemunha, mas raramente alguém ousava testemunhar por um deles, então a chance era mínima de encontrar alguém disposto. Talvez apenas Triss se arriscaria a tal ponto, mas ela estava em Novigrad, longe demais dali... ahá! O próprio Imperador! Emhyr var Emreis o contratou para encontrar Ciri! Sua filha biológica... e filha adotiva de Geralt. Após tantos anos, ela já deveria ser uma mulher feita e estava de volta ao continente, fugindo da Caçada Selvagem, que certamente tinha interesse em seu poder. Daí a pressa para encontrá-la. Se o próprio Imperador do Norte e do Sul interceder por ele, não haverá acusação feita capaz de mantê-lo naquele reino, tão afastado de seu maior objetivo. Não demoraria até os espiões de Nilfgaard descobrirem sobre sua captura, então tudo que Geralt precisaria fazer era esperar.

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Mensagem por Johanna Naberrie Qui 07 Dez 2017, 11:55


Ao mergulhar completamente o corpo e a cabeça, Johanna ainda conseguia ouvir não só o som agudo da criatura que enfrentara minutos antes como também o dos homens de seu pai perdendo a vida durante a batalha. Aos poucos a água gelada parecia anestesiar a dor física de seus ferimentos, no entanto nem mesmo o rio que a envolvia por completo a isolava dos inúmeros tormentos frequentes que tomavam conta dos seus pensamentos. Como relatar ao rei tantas baixas? Como consolar as famílias do que não voltariam por causa do seu comando falho? O nome de Lucy estaria relacionado a tal fracasso, a irmã poderia se zangar. Em um primeiro instante, sabia que levar o witcher a julgamento poderia saciar a sede de vingança de todos aqueles que aguardavam o retorno das tropas real. No entanto, até mesmo a lembrança do homem que a defendeu durante a batalha quanto o modo como estava em dívida por salvar a vida dos outros homens faziam parte da sua tormenta. A exaustão lhe consumia, instalada lenta e suavemente, aparentemente sem hora para ir embora, como seu irmão, o sono. No entanto, rápida e violentamente a falta de ar a obrigava a emergir de novo. Não poderia se dar por vencida agora, não naquele instante. A garota passou a esfregar as mãos nos braços e sentiu nos ombros e músculos a fadiga muscular da batalha. Nem mesmo isso a impedia de se lembrar do que o witcher dissera sobre se limpar e retornou a beira do rio onde estavam suas vestes para obter um pedaço do tecido, molhar um pouco e usá-lo para esfregar o seu corpo. Aos poucos, o lenço que antes protegia o seu pescoço já estava encharcado e lhe massageava até mesmo o rosto com fervor em forma de esfregadelas eficientes e repetitivas. Pernas, braços e costas onde podia alcançar. Todas as articulações apresentavam algum tipo de dor. Mas foi na lateral esquerda do abdômen que sentia as dores mais fortes, provavelmente causadas pela pressão da espada logo após o salto. Se não fosse a armadura, provavelmente estaria gravemente ferida ali. Johanna não sabia qual a causa específica que provocava a dor que a impedia de erguer o corpo e andar com ele ereto. Seria um ferimento interno? Também não sabia o que a fez abandonar a batalha antes de termina-la. Agora que estava ali isso parecia ser loucura. Os grandes olhos castanhos estavam atentos as mãos antes delicadas que doíam por desenvolver alguns calos. Atentava-se as sujeiras que tentavam invadir os cantos das unhas, porém ela não permitia. Depois de uma limpeza exaustiva, as mãos voltavam a parecer como as de alguém da realeza se não fosse a vermelhidão delas enquanto torcia para que os calos desaparecessem logo. Isso! Era da realeza! Escapar de uma batalha talvez não fosse tão loucura assim. De baixo para cima, dos pés até o rosto, demorava alguns minutos, mas caprichava em sua limpeza. Ao contrário do que pensou algum tempo antes, não se perdeu em lembranças de quando se aventurava nas águas com suas irmãs. Outras preocupações ocupavam sua mente, o que evitava que ela se entregasse ao desejo de permanecer por ali e se entregar a um merecido descanso que só acabaria quando todas as pendências estivessem cumpridas e Sophie estivesse de volta. Mas essa realidade doméstica era tão fugaz quanto um sonho. E agora os cabelos... –Ahhh!!!- Mais uma vez lembrou-se do witcher que deduziu até mesmo o cheiro de seus cabelos. –Espere até deduzir o cheiro do salão onde será julgado, witcher.- Sussurrava, tentava se convencer de que aquela era uma ideia boa. Mergulhou mais uma vez, passando os dedos pelos fios macios que não tomavam forma alguma envolvidos pela água, mas que contornavam bem a cabeça quando essa escorria pelas madeixas avermelhadas e encharcadas. No entanto, quando subiu, tinha a sensação de não mais estar só. Tinha a impressão de havia alguém por perto. Buscava com os olhos, estava um pouco amedrontada de ser vista naquela situação, mas não via ninguém embora impressionada e cismada de que alguém a observava. Não sabia quanto tempo havia se demorado aqui, mas como imaginara antes, logo os soldados chegariam ao rio, provavelmente guiados pelo witcher. Ou quem sabe os soldados haviam começado uma nova busca de motivos para condená-lo. Essa parecia a mais viável a julgar pelo modo como o trataram antes. Joanna não sabia o motivo que a levava a pensar assim, mas às vezes pensava estar sendo injusta por deixar que o tratassem assim. Às vezes não. Estavam todos assustados com o desconhecido e com o conhecido também: o fato de que ele matara sua irmã mais velha, a primogênita do reino.



Independente da alternativa que cercava o prisioneiro, ali ela não poderia ficar. Assim, teve o incentivo necessário para sair do rio e ir em busca das suas vestes novamente. Na ausência de seus pertences não teria alternativas senão vestir as mesmas. O corpo pesado ao deixar a água não a impressionava tanto quanto a dificuldade de endireita-lo. Encurvada, colocou a mão sobre o abdômen por impulso, mas a tirou para ver a situação dele e ao notar tamanha vermelhidão sabia que logo um hematoma se formaria. Escorreu a água do corpo, junto aos cabelos que espremeu para remover o excesso de água. Mais alguns passos desequilibrados e passou a vestir os trajes menores e mais íntimos, logo a calça de linho vermelha escura que combinava com a camisa de veludo de mesma cor, usadas por baixo da armadura para separá-la de sua pele e impedir a fricção. Com o corpo ainda molhado, tinha uma dificuldade extrema pra se vestir. Chegou a se sentar no chão para calçar as botas de couro e pele quando de longe, percebeu o movimento do peitoral de sua armadura prateada, reluzente ao ser iluminada pelo sol. Cautelosa, ela olhava sabendo que não era o vento a movê-la. Correu com a mão onde normalmente sua espada ficava, acoplada ao cinto na cintura que não envolvia a sua naquele instante. Estava desarmada e tinha a certeza de que alguém estava ali. Assim, Johanna levantou-se do chão, mas permaneceu agachada tentando se esconder nas gramíneas mais altas e um pouco mais densas enquanto passava um pé na frente do outro, caminhando sem se levantar em direção a armadura que continuava a se mexer. Esperava ver alguém através do seu reflexo. O que não esperava é que dentro dele houvesse uma lebre. Então era isso? A sensação de estar sendo observada durante o banho era por uma lebre? Ela sorriu aliviada, riu de si mesma e não se levantou. Continuou com passos no baixo, furtivamente e sem fazer barulhos. Pretendia pegá-la, parecia amável! De fato, quando se aproximou da armadura, a cercou para evitar que ela fugisse da parte interior e capturou pelas orelhas o animal, talvez assustado, se deixou acolher pelas suas mãos. Ela a trazia junto ao corpo, quase em um abraço afável. –Talvez o corpo que ela guarde seja melhor do que a própria armadura em si, não?- Apenas com as vestes leves, Johanna se sentia feliz em compartilhar com alguém o alívio de não estar com a armadura e a farsa que ela ajudava a encobrir. Embora gêmeas idênticas, quem conhecesse as duas irmãs poderia talvez descobrir a diferença do corpo das duas se não bem encobridos. Talvez não... mas era uma peça que a mente de uma farsante lhe pregava constantemente. Assim, por mais desagradável que fosse, Johanna se sentia mais segura com a armadura não só pela proteção física que ela lhe conferia como também um escudo contra falhas para o plano de paz entre reinos: Johanna, a encarregada de se casar e manter os laços amigáveis ainda estava no castelo. Queria convencer aquela lebre que ainda recebia o afago dos seus dedos e a atenção do rosto em meio a um sorriso terno de que naquele instante, pelo menos, era ela e não o brasão, o nome ou a armadura que vestia o mais importante. Mas até mesmo aquele animal parecia discordar visto que na primeira oportunidade de escapar, pulara até o chão e fugia dela. –Ora, seu...!- Johanna se punha a correr atrás do animal sem nem mesmo saber o que a motivava. Não olhava o que vinha a frente ou o que deixava para trás, tinha os olhos fixos na pelagem cinzenta e orelhas pretas em meio as gramíneas por onde pulava e que ela se esforçava para não perder de vista. O animal sabia estar sendo seguido, não cessava a pressa, assim como ela que estava determinada a captura-lo de novo. Isso até perceber os pés de uma figura masculina próximo a uma árvore. Dessa vez, não houve tempo nem para o ato inútil de procurar a sua espada. Ao olhar para cima, reconheceu os olhos amarelos, os cabelos brancos e o rosto que a assombrava junto à morte da irmã. Era o homem que ela levaria a julgamento e que agora a surpreendia sozinha e desarmada. Imediatamente ela fechou a expressão, irritadiça, mas em seus olhos as aflições se faziam claras. Seria certo afirmar que Johanna já não tinha forças para manter o papel que deveria desempenhar se não fosse a teimosia de quem precisava fazê-lo. No entanto, em visível desvantagem, apenas levou as mãos para trás, na região baixa das costas tentando ela mesma apertar as tiras trançadas da sua túnica que, à medida que eram puxadas e a apertavam a veste, ajudava a tornear a silhueta curvada, os seios fartos e a cintura fina. –Ainda me sinto em dívida com você, witcher. Os homens podem não reconhecer o que fez e buscarem outras justificativas. Mas independente do que o motivou, sei que salvou muitos deles e me sinto grata.- Tentou ignorar a dor, manter o corpo ereto para reconstruir a farsa junto a coragem. –No entanto, espero que saiba que é acusado de assassinar a princesa Sophie, e por isso exigem que seja julgado.- Tomou coragem para encarar os olhos fendados que pouco a confortavam. –Imagino que já saiba disso. Mas o que quero dizer é que concordou ser civilizado. Espero que mantenha a sua palavra, assim como mantenho minha gratidão e os cuidados que lhe ofereci.- Sem perceber, as palavras dela saíam sutis, perdiam a firmeza pouco a pouco. –Prometo relatar seus feitos durante o julgamento, usar o que fez a seu favor...- De repente, a expressão em seu rosto mudou imediatamente, franziu o cenho, a confusão estava instalada. A favor do homem que matara sua irmã? Não terminou a sentença, mas retomou assuntos pendentes. –Como saiu da jaula dos cães?- Engoliu seco, mas mantinha os olhos fixos nos dele e os dentes travados poderiam ser notados pela musculatura da mandíbula após perguntar –O que quis dizer com “nunca saberão quem matou a princesa?
Johanna Naberrie
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Mensagem por Geralt Gwynbleidd Sáb 16 Dez 2017, 02:25

── The Witcher ──
❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Geralt permanecia parado, de braços cruzados e escorado em uma árvore, observando de longe o momento que a garota mergulhava a cabeça, permanecendo um tempo submersa, o que despertou sua preocupação momentânea, mas logo ela emergiu e saiu da água para pegar o lenço que outrora usava no pescoço para esfregar o corpo, prendendo sua atenção de outra forma. Os olhos áureos seguiam os contornos da água percorrendo a pele, sem deixar de notar seus dotes femininos. Apesar de manter uma certa distância, a qualidade de sua visão permitia que reparasse em alguns detalhes, como a marca deixada pelo ferimento dessa última batalha e... a ausência de cicatrizes de batalha.
Não era a primeira vez que Geralt via uma mulher de armadura, mas era a primeira vez que via uma delas sem um corpo marcado por violentas batalhas. Talvez a razão disso fosse uma iniciação recente ao campo de batalha, pois até suas mãos pareciam finas demais para uma guerreira. Normalmente o tipo físico das guerreiras era mais forte, ela tinha curvas muito delicadas, o que o levava a se questionar o motivo dela estar ali. Teria o desejo de vingança sido seu motivador para seguir em uma jornada como aquela? Talvez ela fosse apenas uma princesa, criada como os outros aristrocatas, motivada pela sede de vingança, entrando em uma jornada perigosa demais para suas aptidões físicas. Ainda assim, sua coragem fora imbatível naquele combate. Ela foi capaz de encorajar seus homens, como um verdadeiro líder deve fazer e lutou bravamente ao lado deles, arriscando a própria vida e encarando a possibilidade de sequer conseguir satisfazer sua vingança. Muitas dúvidas perturbavam o witcher, que olhava confuso para a garota, até mais interessado nos motivos que a levaram àquela situação do que nos desejos que sua nudez provocava. Ouviu um sussurro, mas não conseguiu ouvir bem suas palavras, permanecendo como estava. Mais um mergulho o despertou de seus devaneios e a sede o motivou a buscar alguma parte mais afastada do campo de visão da garota para matar essa sede, pois ela certamente ainda demoraria um pouco para se vestir e na ausência de qualquer tipo de ameaça nas proximidades, Geralt acreditava que estavam em segurança. Assim que chegou na margem um pouco mais afastada, agachou sobre uma área com mais pedras e buscou com as mãos juntas a água corrente. Lavou as mãos, esfregando-as e quando achava que já estavam limpas, formou uma concha com elas e levou o líquido aos lábios. Bebeu bastante, para compensar a sede provocada pelo alto consumo de álcool da noite anterior. Lavou o rosto, sentindo um grande alívio provocado pela água gelada que não só refrescava, como o limpava. Só então percebeu o quanto estava imundo. Além de ter sido jogado naquela jaula cheia de fezes e urina, ainda teve um contato muito próximo com os ghouls que carregou, sujando o corpo de sangue e carne podre. Apurou o nariz e percebeu que seu cheiro estava longe do minimamente aceitável, então decidiu que tomaria um banho antes de voltar, mas antes avisaria a garota para que ela não pensasse que ele fugiu. Enfiou a cabeça na água para se refrescar um pouco mais e se levantou, caminhando de volta para encontrá-la e avistou com uma pequena lebre nos braços, animal esse que frequentemente era o que matava a fome do caçador durante suas longas viagens. Ele então caminhou para se aproximar dela e avisar que também precisava se lavar, mas antes que saísse da mata fechada, ouviu os passos dela acelerarem e apressou os próprios também e parou diante dela, percebendo-a abaixada e logo fechando sua expressão. Geralt elevou as duas mãos, mostrando que estava desarmado e não representava um perigo pra ela.
──── Calma... sou eu... ──── disse ele mantendo um tom de voz amistoso já tentando explicar o motivo de estar ali ──── Me mandaram para encontrá-la e levá-la de volta antes que os soldados possam vir se lavar também. ──── O witcher olhou para a garota tentando demonstrar alguma surpresa por tê-la encontrado naqueles trajes, livrando-se da suspeita de que tivesse visto algo mais. ──── Errr... está tudo bem?  ──── Logo ouvia as palavras dela, evitando olhar demais o corpo dela, buscou manter os olhos fixos nos dela e cruzando os braços mais uma vez, manteve uma postura relaxada, respondendo. ──── Sei disso... e não se preocupe. Estou disposto a seguir com vocês até o julgamento. Manterei minha palavra e garanto que vou provar minha inocência, mas antes de qualquer coisa, também preciso me atentar à minha higiene. ──── antes que a garota respondesse qualquer coisa, retirava a camisa e a jogava na margem, pulando na água para lavar o corpo. Deixava para se livrar da calça dentro da água, só então a jogava na margem com a camisa para não precisar expor a garota à visão da nudez de seu corpo, evitando ao máximo expor até mesmo o peito, muito marcado. Mergulhava, subindo e jogando a água para trás com os cabelos, nadava em direção a ela e só então respondia ──── Sobre a jaula, eu apenas pedi ao rapaz para que me tirasse dela por causa do perigo que vocês corriam e ele foi a única pessoa sensata ao ponto de me ouvir. ──── Ele dava algumas braçadas enquanto conversava com ela e esfregava o corpo para limpar o sangue para tentar tirar o mau cheiro com o que tinha à disposição naquele momento. Recordava-se do que disse no momento em que utilizou o sinal Igni para incendiar os corpos empilhados e receoso, mergulhou mais uma vez, pesando as palavras, pois o que disse naquele momento de fúria, queria ter guardado para o julgamento, assim como as informações que carregava como única testemunha do assassinato. Mergulhava fundo, seguindo a profundidade do rio, próximo às pedras, até uma área que dava pelo menos 3 dele de pé. Tinha um fôlego inacreditável devido às mutações que sofreu, aproveitava o tempo para reoganizar os pensamentos, relembrando dos últimos momentos... daquela noite.
Via a imagem nítida de Sophie no momento em que ela saiu, enrolada somente em uma toalha de seu banho quente, onde ela e o witcher conversavam "escondidos". Ela ordenou que ele sempre entrasse pela janela com a certeza de que não era seguido para conversarem em particular sobre uma conspiração que ocorria dentro do próprio castelo e que poderia ter algum envolvimento com algum vampiro poderoso, alvo de caça do witcher pelo qual, a ruiva concordou pagar um bom preço. Naquela noite, ele seguiu conforme o combinado, mas ela saiu para pegar algo para vestir e enquanto ele esperava, ouviu um grito e correu para verificar o que acontecia, chocando o próprio corpo com o de outra pessoa, de vestes escuras e capuz. Ele tentou sacar a espada de aço e recebeu um chute na mão que fez com que perdesse a espada, então ele avançou contra o adversário de altura pouco menor que a dele, girando o corpo para um chute concentrado, que atingia o abdomen do alvo e assim que ele se chocou contra a parede, sacou a faca de caça e desferiu um golpe que o inimigo conseguiu evitar com extrema agilidade, levando apenas um corte na mão direita, saltando em seguida pela mesma janela que usou para entrar. Geralt correu até Sophie, esperando que ela ainda estivesse viva e notou a punhalada recebida por trás, entre duas costelas, que certamente perfuraram seu pulmão. Ele largou o punhal e levou as mãos à ferida, tentando impedir o sangramento. Sabia que não podia salvá-la, mas ela tentava falar e ele sabia que era importante. Suas palavras, ele memorizava, jurando que vingaria sua morte independente de receber qualquer pagamento, pois durante aquelas noites, ambos se tornaram bem íntimos e mesmo não a conhecendo bem, já tinha apreço por ela. Ele se afastou permanecendo imóvel quando os guardas reais chegaram, apontando suas lanças e espadas em sua direção, esperando o momento certo para agir e tentar fugir.
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Os encontros secretos que tiveram juntos teria que morrer com eles, afinal a primogênita do Rei tinha suas obrigações sociais, então Geralt preservaria sua imagem. Emergiu ainda pensativo, sabendo que não podia falar muito sobre aquele assunto, limitou-se apenas a explicar a sentença outrora proferida.
──── Eu fui a única testemunha do assassinato e sei que posso encontrar o responsável pela morte de Sophie... porém seus guardas estavam muito mais preocupados em me culpar do que em investigar o caso, por isso tive que fugir pela mesma janela usada pelo assassino. ──── Geralt guardava as últimas palavras de Sophie e a marca que certamente o assassino teria na mão que ele feriu para si mesmo por enquanto, afinal eram as únicas coisas que ele teria para oferecer em troca de sua liberdade, caso nem mesmo a ordem do Imperador Emhyr fosse suficiente para libertá-lo. Só assim teria a chance de descobrir quem estava por trás do assassinato, limpar seu nome (mais uma vez) e vingar a morte de Sophie.

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Cry Wolf! Time to worry! Empty Re: Cry Wolf! Time to worry!

Mensagem por Johanna Naberrie Ter 13 Fev 2018, 17:39


Depois de erguer as mãos e mostrar-se livre de qualquer armamento, Geralt lhe pediu calma. Fora pega de surpresa pelo homem que levaria a julgamento e sofria represálias do exército de seu pai, pedir-lhe calma era um tanto inútil. Ainda assim, ela estava disposta a fingir alguma já que qualquer tensão criada naquelas circunstâncias lhe era desvantajosa. O que poderia fazer contra ele naquelas condições? Desarmada, ferida, praticamente seminua sem a sua armadura. Ele disse que o mandaram encontra-la e leva-la de volta... ela não acreditou nem um pouco nessa conversa absurda. Se alguém dava alguma credibilidade para o witcher entre os que foram lhe capturar era ela. E ela já sabia perfeitamente que por mais que tentasse amenizar a situação dele, pelo menos internamente, hora nenhuma o designaria pra resgatar alguém, muito menos a representante do mandante da captura. Certamente ninguém o pediu para ele ir busca-la, mas essa era só mais algumas palavras que se juntavam as outras de um grupo que corroborava a falta de confiança nele. De novo ele parecia mentir para ela e isso a irritava. Dissimulado! Ainda perguntava se ela estava bem. Embora Johanna conseguisse fingir e manter bem as aparências, uma das sobrancelhas que se erguia em clara desconfiança ou desagrado sempre entregava a mentira que ela se esforçava para manter.
Cry Wolf! Time to worry! Bg1gd5

–Sim, está tudo bem.- Mentiu com tanto esforço que logo o hematoma que se formava no abdômen esquerdo lhe deu uma fisgada certeira para lembra-la da dor, da ferida, de que não estava nada bem e que mentir não era correto. Sequer percebia o rumo dos olhos amarelos nos seus quando mordeu os lábios e franzia o cenho para impedir uma expressão de dor. Por sorte ele parecia de fato amistoso, apesar das mentiras que lhe contava. Embora parecesse relaxado, cruzou os braços na frente do corpo. Queria tanta proteção quanto ela, foi o que julgou. Sendo assim, se não fosse agressiva com ele, ele não precisaria ser com ela. Teria imensa dificuldade de confrontar também o witcher além do seu corpo e sua mente que pareciam lhe trair. E de novo quando revirou os olhos, incrédula e impaciente quando ele disse algo sobre provar sua inocência. Não acreditava nela nem um pouco, por dentro disse que gostaria deve-lo tentar. Estava tentada a deixar o devaneio de ver o witcher alegando ser inocente perante toda a corte e julgamento enfrentando a ira do rei que perdeu sua filha, a população irada clamando por justiça e o carrasco pronto a separar a cabeça dos seus ombros. Mas antes foi podada pela cena real do homem se despindo e se atirando no rio para cuidar da higiene, como ele havia dito. Johanna poderia protestar por tamanho atrevimento. Mas respirou fundo e um cheiro horrível invadiu suas narinas. Talvez já estivesse acostumada ao cheiro dos homens e dos animais, mas quando inspirava profundamente ele se fazia mais forte lhe causava repulsas. No witcher isso parecia ser mais grave, seu mal cheiro era mais evidente. Portanto, sequer protestou contra o fato dele decidir se limpar. Deu de ombros, ninguém estava por perto para ver o que ela fazia e pensar que estava se compadecendo do assassino. Apensa se compadecia do seu olfato e moveu os lábios fechados, dando uma volta pela região sobre os dentes cerrados de modo a coçar o nariz sem levar os dedos para tocá-lo. Repentinamente teve que descruzar os braços da frente do corpo que tampavam seus trajes, ou a falta deles, quando o witcher atirou para fora do rio a calça encharcada fazendo respingar alguns pingos em sua bota no momento em que bateu no chão da margem. Mais uma vez ele se atrevia! E mais uma vez Johanna só pensava no próprio nariz. A cabeça permanecia baixa, analisando as vestes dele. Mas os olhos ela erguia para fita-lo. Foi quando percebeu que ele mergulhava que levou a ponta dos pés de encontro as vestes dele no chão para empurrá-las para a água. Tanto a calça quanto a camisa ela chutou sutilmente, fazendo parecer que caíram dentro do rio, mas sem se preocupar dele saber que foi ela quem as atirou. Isso o obrigaria a lavar os trajes antes de vesti-los novamente e ela considerava isso importante já que ainda teriam que seguir viagem durante algum tempo.


Assim que ele emergiu, Johanna correu para deixar que as mãos se encontrassem atrás do corpo. Um gesto típico de quem quer se livrar da culpa que lhe pertence. Ergueu a cabeça para olhá-lo esforçando-se para livrar também da expressão travessa que se formava em seu rosto, em meio a um sorriso discreto. Logo ergueu um pouco mais, agora olhando para cima, para os ceús ou qualquer outra coisa que não permitisse que ele visse estampado em seu olhar a sua traquinagem, bem como para que não desse a entender que ela o assistia banhar-se nu. Quase não deu a devida atenção ao relato sobre a jaula devido ao desconforto daquela situação. Outra mentira! “Mentira! Mentira! Mentira!” Ela pensou e sequer quis confrontá-lo. Apenas o ignorou. Estava farta de palavras sem verdades, relatos que a confundiam e aumentavam suas dúvidas. Estava  tão exausta que se afastou das margens para evitar que as braçadas da natação do witcher a molhasse mais do que os cabelos já faziam em suas costas. E para conseguir sentar-se encostada no tronco de uma árvore. Depois de optar ignorar as palavras do homem imundo, a sua voz passou para o plano de fundo da mente de Johanna que facilmente era ignorado. Aproveitou-se da solidão construída por ela mesma e sentiu-se encorajada a erguer a barra da túnica e assim visualizar o hematoma que crescia no abdômen. Aquilo realmente doía! Ela colocava a mão por cima desejando poder aliviar a dor. Sem sucesso, a ruiva foi buscar a sua proteção que agora serviria também para ajudar a cobrir mais uma fraqueza física. Foi de encontro a sua armadura e também já a vestia de volta, sentindo o peso não só do metal como também do papel que precisava desempenhar junto a ela. Começou fixando a parte dos pés e pernas, prendendo cada peça com firmeza. Foi tão fácil removê-las que nem pareciam a mesma quando colocadas de volta com tamanho cuidado. A região superior das coxas ficava desprotegida, mostrando apenas a calça de linho vermelha. A verdade é que embora a armadura fosse de acordo com os seus moldes, o quadril e o traseiro eram tipicamente femininos com curvas sinuosas que modelo nenhum do ferreiro que a projetou pôde satisfazer. A abertura para as juntas que não atrapalhavam sua locomoção foram compensadas com a parte de cima do peitoral. Esse sim, encobriam perfeitamente os seios fartos, a cintura fina e era  projetado para além dela quase de modo a formar uma saia para cobrir o que a parte de baixo não cobria. Os protetores das mãos e dos braços foram facilmente encaixados. Agora Johanna estava adequada e completamente vestida, até mais segura para voltar a ser o que a farsa exigia que fosse. Não havia colocado o elmo ainda, nem tinha a intenção uma vez que os cabelos ainda estavam com excesso de água nas pontas. Mesmo trajada como uma guerreira, o modo como projetava a cintura para o lado, apoiava o elmo entre ela e o braço na lateral do corpo e mexia nas madeixas de um vermelho escuro e intenso entregavam sua feminilidade. Ela não se dava conta disso e ansiava em recuperar a sua espada para completar sua segurança. Ou para cortar a língua do witcher se ele mentisse mais uma vez. No instante em que o ouviu dizer ser a testemunha do assassinato da irmã fugir pela janela do assassino, o sangue da garota ferveu. De fato desejou sua espada para liquidá-lo ali mesmo, ignorando todos os pensamentos dúbios que tivera sobre ele até então e até mesmo o fato dele ter ajudado. –Perdoe-me por questionar, Geralt of Rivia. Garanto que não vou incomodá-lo mais com nenhum questionamento. Em troca peço que conte todos esses relatos na corte.- Agora Johanna permitiu que o devaneio de vê-lo mentir em julgamento lhe tomasse conta. –Poderia, por favor, se apressar? Como o senhor disse, os homens precisam vir se limpar também. Temos uma viagem longa. E eu preciso reaver minha espada.- Johanna justificou sua pressa e o fuzilava com o olhar. Mantinha uma expressão fria, mas os grandes olhos castanhos efervesciam de fúria por ele mencionar tal absurdo sobre o assassinato da irmã. A verdade é que qualquer comentário sobre o assunto lhe parecia absurdo, lhe despertava a ira e isso recaía sobre o acusado. –Suas vestes estão no fundo do rio.-


O deixou finalizar o banho. Se ele teve o cuidado de não se desfazer da calça perante ela, ela lhe devolvia a privacidade o deixando sozinho alguns instantes para ele se vestir, dando as costas e voltando para o acampamento improvisado. Mas não o deixaria por muito tempo. A poucos metros de distância sua voz já ecoava um chamado irritadiço e apressado pelos homens que iriam lhe fazer companhia. –Homens! Tenham pressa para se lavar! Limpem-se e reabasteçam-se de água para seguir viagem. Agora!- Enquanto voltava a caminhar para começar a busca pela sua espada os homens já corriam para atender ao seu comando. Alguns pegavam seus cantis, outros passavam correndo ao seu lado em direção ao rio e sabia que encontrariam o witcher. Ela já se prontificava a buscar seus pertences, juntá-los e ficar pronta para a partida. Enquanto os homens se apressavam, ela foi em direção a jaula dos cães, onde o witcher fora aprisionado. Examinava a jaula com cuidado percebendo não haver sinal algum de violação ou arrombamento. Sentia pressa em se livrar do papel que desempenhava, da sua responsabilidade de lidar com o assunto, de se livrar dele.
Johanna Naberrie
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Cry Wolf! Time to worry! Empty Re: Cry Wolf! Time to worry!

Mensagem por Geralt Gwynbleidd Ter 13 Fev 2018, 22:38

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❝Only death can finish the fight,
everything else only interrupts the fighting.❞
Infelizmente o witcher sabia que não importava o que ele falasse, a ruiva jamais acreditaria, pois estava cega pelo desejo de vingança que a consumia, então nenhuma mentira ou verdade faria diferença naquele momento. Não era a primeira vez que servia como bode expiatório para a ira de terceiros, então encarava a situação com a maior naturalidade. Quando foi acusado de assassinar o Rei Foltest, Geralt teve uma série de agravantes que dessa vez não teria, o que o fazia sentir ainda mais seguro de que conseguiria provar sua inocência. Além do fato de que atualmente dispunha de uma quantidade maior de aliados para recorrer. Triss certamente ajudaria, ela agora vive em Pont Vanis, a capital de verão de Kovir, onde serve o Rei Tankred, como maga conselheira, com a qualidade de vida, o conforto e o respeito que sempre mereceu ter. Recordar-se da feiticeira, logo remetia à lembrança também de Yennefer. Geralt nunca mais encontrou nenhuma delas... nem mesmo Ciri, que estava muito ocupada com suas obrigações com o pai biológico, o Imperador Emhyr var Emreis... um nome que sempre deixava um gosto amargo na garganta, mas que também era um contato importante, afinal era mais útil para ele vivo do que morto e a Leoazinha de Cintra jamais o deixaria apodrecer na prisão, então sua única preocupação era o risco de ser assassinado na corte, um risco que ele faria o que estivesse a seu alcance para reduzir com as habilidades que dispunha. Além deles, o bom e velho amigo Temeriano, Vernon Roche, comandante dos listras azuis, que o ajudou a comprovar sua inocência e a localizar e lutar contra o Assassino de Reis Letho de Gullet, também um witcher. Fora outros contatos que Geralt foi conhecendo no decorrer de sua jornada, que poderiam interceder a seu favor de alguma forma. Entre todos eles, o mais eficiente seria o próprio imperador, que hoje domina tanto os reinos do Sul, como do Norte, mas qualquer tipo de ajuda seria bem vinda, por isso mesmo, assim que fugiu, Geralt enviou um mensageiro à Kovir, pago com o que lhe restava de sua última caçada. Tinha certeza que Triss entraria em contato com quem julgasse poder ajudar, mesmo após o último desentendimento que separou seus caminhos. Então só precisava ganhar tempo até que alguém pudesse interceder por ele e impedir sua execução, afinal o ódio daquela população recairia sobre ele no momento em que colocasse os pés naquele reino mais uma vez. Perdia-se em seus próprios pensamentos enquanto nadava para aliviar a tensão de seu corpo e limpava aquele odor fétido da jaula. Embora percebesse a desconfiança da ruiva, preferia não se pronunciar sobre nada disso, pelo menos não até perceber nela a disposição para ouvir o que ele tinha a dizer. Era nítido o julgamento contido em seus olhos, então Geralt optava por evitar qualquer conversa que pudesse terminar em uma maior ira da jovem, sempre respondendo em poucos palavras. Sabia o que o aguardava, não poderia contra um exército inteiro, então tudo que podia fazer era evitar se tornar uma ameaça ainda maior. Pelas palavras dela, a garota, agora novamente coberta por sua armadura, não acreditava em uma palavra do que ele disse, o que não era uma surpresa. Compreendia a pressa pelo julgamento, que só tinha uma possibilidade de final, já que ele não dispunha de nenhum tipo de prova que o inocentasse. Percebeu que deveria evitar aquele assunto e permaneceu em silêncio, mergulhando para buscar as roupas que afundaram. Ele lavava a roupa como podia, afinal não valeria a pena sujar outra para uma viagem, mas invés de se vestir, deixou as roupas sobre umas pedras bem grandes à margem para que secassem e aproveitou a privacidade para sair e tirar o excesso de água do corpo.
Não demorou até os outros soldados se aproximarem, livrando-se às pressas de suas armaduras e se atirando na água para se lavar. Trouxeram os cavalos e cantis para serem reabastecidos numa parte mais alta do rio. Se se importar com a presença dos demais, Geralt se deitou em uma das pedras, ao lado das roupas e apoiou as duas mãos atrás da cabeça e permaneceu ali, mais afastado do grupo, com os olhos fechados. Não se importava com a própria exposição, afinal já estava acostumado demais a esse tipo de situação. Frequentemente tinha o corpo exposto e tratado por pessoas que ele não conhecia para ser preparado para qualquer audiência com um nobre, ou até mesmo no Templo de Melitele, onde a sacerdotiza Neneke sempre o obrigava a tomar um banho antes que pudessem conversar. Se lembrar das broncas dela cada vez que ele aparecia ferido gravemente o fizeram abrir um largo sorriso pelos bons tempos que viveu até cair em uma situação como aquela de foragido novamente.
Geralt já tinha começado a adormecer quando ouviu a voz de um dos soldados ordenando que descesse logo.
──── Desça logo daí, witcher! Vamos embora!
Diferente dos soldados, como não tinha nada que pudesse fazer, já que não o deixavam ter acesso tranquilamente a seus equipamentos, Geralt aproveitava o tempo para descansar, afinal a viagem seria bem longa. Ele se levantou, vestiu a calça, as botas e a camisa de linho. Ainda não estavam muito secas, o que era até bom, pois manteria a temperatura de seu corpo mais agradável que a dos soldados armados em suas armaduras pesadas. Saltou de onde estava e sentiu o medalhão da Guilda do Lobo, que usava sempre no pescoço vibrar, indicando a presença de alguma coisa mágica na região, então usou seus sentidos aguçados para tentar localizar qualquer possível ameaça.
Ignorando as ordens para se apressar, manteve os passos lentos, atento a qualquer alteração do ambiente. Tinha receio de serem os ghouls restantes do ninho que certamente existiria nas proximidades, mas estranhava a presença deles perto de uma região tão viva. Ainda assim, cogitava a hipótese de que eles poderiam ter seguido o homens que antes tinham o cheiro dos ghouls feridos em suas armaduras e equipamentos. Desse modo, apreensivo, ele começou a se afastar do grupo para verificar do que poderia se tratar aquela presença sinistra que sentia no ambiente. Parecia vir de uma criatura muito maior que os ghouls, mas ele não conseguia determinar sua localização ainda, então se afastava do grupo para investigar, sem ao menos perceber se era ou não acompanhado.
Para sua surpresa, a lendária Melusine observava da água, silenciosa, próxima à vegetação, avitando assim ser percebida. Não tinha interesse no witcher... ele cheirava a sangue de criaturas como ela, então para se alimentar, dava preferência para uma presa mais fácil. Havia uma... parecia bem distraída olhando uma espécie de jaula, um pouco mais afastada do bando. Uma vez escolhida sua presa, aquela Ekhidna solitária mergulhou na água, para mover-se de forma imperceptível até se encontrar um pouco mais perto de sua presa. Emergiu em uma velocidade surpreendente e num voo rasante foi direto em Johanna, que apesar da armadura pesada, ainda parecia bem mais leve que os demais.
Cry Wolf! Time to worry! 480?cb=20160407105120
A Ekhidna agarrou a garota utilizando as mãos dotadas de garras afiadas e a cauda, para manter o equilíbrio mesmo com o peso da humana. Com as carras, ela rasgava as amarras de couro da armadura, deixando cair peça por peça, para deixar a presa mais leve à medida que voava mais alto. As barbatanas e as asas em conjunto mantinham o corpo esguio no ar, girando e jogando sua presa para cima e a aparando de volta, como se brincasse com a comida. Os gritos esganiçados da criatura ecoavam sobre as árvores, assustando as aves que por lá se aventuravam e quando alcançou uma boa altura de voo e se livrou daquele peso extra, Melusine desceu em um voo rasante que terminava com um mergulho.
Dessa vez, Geralt estava desarmado, então não conseguiu fazer nada além de seguir a Ekhidna, saltando na água para acompanhá-la. Respirou fundo e mergulhou atrás dela. Sua velocidade nem se comparava à da criatura, então torcia para que Johanna tivese fôlego o suficiente para chegar até o outro lado. Certamente Melusine a estava carregando para seu ninho, onde se alimentaria da guerreira na primeira oportunidade. Alguns soldados tentaram acompanhar, mas o fôlego deles não se comparava ao de um monstro... ou mutante e logo foram obrigados a voltar. Geralt seguia sozinho, sem nenhum de seus equipamentos, pois dessa vez sabia que não podia perder tempo tentando reaver seus pertences com os soldados. Segurou o fôlego o máximo que conseguia, seguindo por uma caverna submersa que parecia não ter mais fim. Percebeu traços de sangue mais à frente e preocupou-se ainda mais com a situação da ruiva, mas não conseguia ir mais rápido que isso.
Chegou a um ponto de quase perder a consciência por asfixia, mas conseguiu emergir e encher os pulmões com o ar úmido daquela caverna subterrânea. Geralt até tinha uma ideia de onde poderiam estar, mas não sabia como poderiam sair dali. O cheiro de outros corpos em decomposição tornava o ambiente abafado insuportável e os ruídos da Ekhidna ecoavam ainda mais alto, atordoando seus sentidos aguçados. Com uma certa dificuldade para reaver o equilíbrio, o witcher saiu da água apressou os passos até chegar à ruiva.

Geralt Gwynbleidd
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